Leia neste artigo o ressurgimento da Jari Celulose após um longo tempo fora de operação
A Fênix Amazônica ressurge das cinzas
Em 20 de janeiro
de 2015, a fábrica de celulose da Jari, após dois anos e 20 dias em reforma, num investimento
que ficou próximo de R$ 1 bilhão, finalmente, retomou a produção regular, sendo
que agora é flex, com capacidade para produzir dois tipos de celulose: a
anterior kraft branqueada e a solúvel, esta sob a marca de Jarisolve, com capacidade 245 mil tons/ano, entrando no mercado
com participação de cerca de 5,5% da produção mundial.
A empresa já vinha fazendo ensaios de produção desde o segundo semestre de 2014, mais precisou superar algumas instabilidades que são comuns que são comuns quando se retoma o funcionamento de um parque fabril.
A retomada da produção representa a geração de cerca de três mil empregos, na área agrícola e industrial, uma vez que a sua produção é integrada ou verticalizada. Uma agroindústria tem maior capacidade de geração de empregos se comparada com a atividade de beneficiamento simples de minério de mesmo porte de faturamento, sendo que em alguns casos pode chegar a 10 vezes mais.
Antes o Brasil só contava com uma unidade de produção de celulose solúvel, localizada na Bahia e que responde por cerca de 10% da produção mundial a BSB COPENER.
Leia mais sobre o Jarisolve
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Fábrica de celulose |
Jari investe na celulose solúvel (Valor econômico - 09/06/2014)
Para a quase um ano e meio, a Jari Celulose retomará as operações de sua fábrica no Vale do Jari, na região amazônica, entre julho e agosto. A companhia volta à carga com outro produto, a celulose solúvel, em vez da celulose de eucalipto, após investimentos de R$ 600.000,00. "Vamos começar com a celulose solúvel para a industrial téxtil, mais há potencial para a produção de éteres e acetatos de celulose no futuro", disse ao valor o presidente do grupo Jari Sérgio Amoroso. Hoje há apenas uma produtora dessa matéria prima no país, a Bahia Specialty Celulose (BSC) que pertence à asiática Sateri Holdings.
Histórico
Projeto Jari (Jari Florestal e Agropecuária) é o nome de uma fábrica existente às margens do Rio Jari, para a produção de celulose e outros produtos, que teve início em 1967.
O projeto foi idealizado pelo bilionário norte-americano Daniel Keith Ludwig e seu sócio Joaquim Nunes Almeida.1 Ele mandou construir uma fábrica de celulose no Japão,2 na cidade de Kobe, usando tecnologia finlandesa da cidade de Tampere, foram construídas duas plataformas flutuantes com uma unidade para a produção de celulose e outra para a produção de energia.
Ludwig adquiriu em 1967, na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (então Território Federal) uma área de terra de tamanho pouco menor que a do estado de Sergipe,3 ou equivalente ao estado norte-americano do Connecticut,4 para a instalação do seu projeto agropecuário. Ao longo do programa de instalação, enfrentou as desconfianças do governo e de algumas parcelas da sociedade que temiam pela soberania brasileira sobre a área inabitada de florestas onde o Jari seria instalado.3
A área adquirida por Ludwig fez com que fosse provavelmente o maior proprietário individual de terras no Ocidente.7 A grandiosidade do Jari acentuava-se por ser a região totalmente desprovida de qualquer infraestrutura; foi necessária a construção de portos, ferrovia e nove mil quilômetros de estradas.3
Ali Ludwig planejava instalar um projeto de reflorestamento com árvores de crescimento rápido (gmelina), antevendo o aumento da necessidade mundial por celulose. Além disto, pretendia estender as atividades para a mineração, pecuária e agricultura, atraindo críticas de ambientalistas.4
Uma usina termelétrica e a própria fábrica de celulose foram rebocadas do Japão, num percurso de 25 mil quilômetros, que durou 53 dias a ser concluído. Além das instalações, todo o projeto ocupava uma área de 16 mil km², a construção de uma cidade para a moradia dos trabalhadores, além de hospital e escolas na sede, chamada Monte Dourado.3
A fábrica e implementos custaram em torno de 200 milhões de dólares. Em 1982, ano de sua venda, a população do Jari alcançou a marca de trinta mil habitantes.4
Neste ano, sem apresentar resultados, Ludwig abandonou o projeto.3 As negociações envolveram o homem forte do regime militar, general Golbery do Couto e Silva, e cogitou-se na venda para o Banco do Brasil, para um pool de empresas e para o empresário Augusto de Azevedo Antunes. Até o começo dos anos 1980 Ludwig declarava haver gasto no Jari 863 milhões de dólares, atualizados em 1981 para 1,15 bilhão.4
No ano 2000 passou a ser controlado pelo Grupo Orsa, de modo que a Jari Celulose não somente tornou-se economicamente viável, como também mostrou-se sustentável, recebendo certificação em 2004 pelo Forest Stewardship Council.3
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