Trabalhando a mais de 12 anos no ramos de manutenção
preditiva pude observar diversas situações benéficas e maléficas ao ramo,
muitos elogios as técnicas e sucessos de todos os tipos! Em contra partida ouvi
diversos relatos de falha, quebras, laudos imprecisos entre outros. A pergunta
é porque esta discrepância? Como as técnicas consagradas de manutenção
preditiva podem falhar tanto para uns e ser um sucesso completo para outros!
Este dilema me levou a escrever este artigo, o qual procura esclarecer um panorama da manutenção preditiva no Brasil, visando
dar dicas de Quando implantar a preditiva ? Porque implantar? e o que devemos
saber da empresa contratada para execução da técnica adequadamente!
A manutenção preditiva começou a ser difundida no Brasil no
final década de 80, tendo com uma das empresas precursoras a Rhodia empresa de
nacionalidade francesa que ajudou a difundir a técnica utilizando de mão de
obra própria e treinamento e tecnologia externas para aculturamento de seus
colaboradores. No entanto o grande salto ocorreu apenas no meio dos anos 90!
Quando começa a surgir as empresa Especializadas no ramo.
Devido a estas empresas
ouve uma grande evolução na manutenção preditiva, porque começa haver um
grande investimento em mão de obra qualificada, treinamentos e tecnologia de
ponta! O ramo de preditiva no Brasil cresce e é difundido em diversos
seguimentos com destaque para Papel e Celulose, Químico, Sucroalcooleiro entre
outros.
No começo dos anos 2000 o mercado esta super aquecido e
novas tecnologias surgem agregando cada vez mais conhecimento e qualidade! O
ramo de manutenção preditiva é difundida e aclamada como a grande evolução na
manutenção industrial, evitando quebras e paradas indesejadas, garantindo a
confiabilidade das maquinas e gerando lucros muitas vezes não mensuráveis.
Nesta fase os salários, treinamentos e tecnologias são elevados devido o
conhecimento agregado, e apenas empresas já estabelecidas no ramo conseguiam
trazer as tecnologias de ponta e
treinamentos adequados para os colaboradores, este custo é repassado para os
clientes em contratos de altos valores.
Como toda tecnologia após algum tempo houve um aumento
considerável na comercialização de produtos para realização das técnicas de
preditiva, fazendo aumentar a produção e diminuir o custo de venda. Fator este
que ocasionou em novas empresas no mercado, sendo que vários colaboradores de
empresas já consolidadas no mercado saíram para fundar suas próprias empresas inflacionando o
mercado atual.
Com novos concorrentes começou a haver uma disputa grande
por contratos, muitos clientes sem conhecimento, deixam de se preocupar com o
know-how da empresa e levam apenas o custo do contrato em consideração, criando
uma nova fase onde pequenas empresas que muitas vezes não tem a menor estrutura,
ganham mercado oferecendo contratos com baixos custos e qualidade duvidosa.
Chegamos ao dias de hoje onde dispomos de tecnologia de ponta, treinamentos e varias empresas que se dizem especialistas! E
você me pergunta por que o rolamento da maquina gargalo quebrou em um sábado às
duas horas da manhã?
Não existe mágica! O custo de um contrato impacta
diretamente na qualidade final do produto! Ou seja, empresa que oferecem
contrato com valor muito baixo não iram dispor de uma mão de obra apropriada a
função, pois o custo de um técnico qualificado e tecnologia de ponta e alto e
deve ser diluído no contrato elevando o seu valor. Empresas que oferecem contratos
de baixo custo utilizam de diversos artifícios para baixarem o custo de
execução como contratar técnicos recém formados ou estagiários, não pagam os
benefícios conforme CLT, utilizam equipamentos ultrapassados e muitas vezes sem calibração, ocasionando em
laudos imprecisos, quebras e paradas indesejadas de maquinas e parada de
produção! Ou seja, a economia que teve contratando a “empresa do Zé” acabou de virar prejuízo, pois sabemos
que o maior custo para uma empresa é a parada de produção que pode ser evitada
com a utilização correta de uma manutenção preventiva e preditiva, para tal e
necessário a utilização de mão de obra qualificada e tecnologia de ponta aliada
a uma mentalidade atual que confie nas ferramentas e atue conforme orientação de
laudos corretos e embasados nas técnicas
e componentes de cada equipamento,
porque tudo é matemática e para tal é necessário dados corretos para
cálculos corretos. Abaixo algumas dicas na hora de contratar um serviço de
preditiva.
- Know-how da empresa – Procure
conhecer a empresa que você esta contratando, peça referencias de outros
contratos e se possível vá até a sede e conheça toda a estrutura e suporte
que dispõem a empresa bem como seu corpo técnico.
- Ferramentas – Verifique se o equipamento utilizado é atual e
principalmente se esta calibrada exija a carta de calibração anual ou
conforme aplicação!
- Conhecimento técnico do executante
– Procure verificar o nível de conhecimento do técnico responsável pelos
laudos emitidos a sua empresa, verifique quais os treinamentos o mesmo foi
submetido e se possível contrate analistas certificados, hoje existem
empresas que realizam esta certificação como a Mobius Institute Australian
que tem representação no Brasil pela Semeq com certificação internacional
ISO 18436.
- Dados técnicos – Como já citado as
técnicas de manutenção preditivas não são mágicas e sim pura matemática e
para um laudo correto e preciso é necessário por parte dos cliente o
acesso total e irrestrito ao dados e componentes técnicos de cada
equipamento analisado. Suspeite
caso não seja solicitado este tipo de informação no momento de uma
inspeção.
- Prazo – “A presa e inimiga da perfeição”, o analista necessita de um tempo hábil para executar os cálculos, cruzar as informações e avaliar os históricos de cada equipamento sem contar casos especiais onde existe a necessidade de teste e uma investigação aprofundada demandando maior tempo de estudo.
Conforme demonstrado a manutenção
preditiva e totalmente eficaz desde que aplicada corretamente por pessoas qualificadas
e comprometidas com o resultado, visando satisfação do cliente elevando a
qualidade da manutenção a nível mundial.
Anderson Ribeiro Lacerda
Pós – Graduado em Gestão Industrial ,
Graduado em Tecnologia em processo de produção,
formação técnica em Mecatrônica, especializado em Manutenção Preditiva
e Lubrificação industrial com certificação internacional em Análise de Vibrações
II, ISO 18436 – Mobius Institute - Merricks North – Austrália; Trabalha
atualmente em
Manutenção Preditiva e Treinamento na empresa SEMEQ .
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